quinta-feira, 3 de dezembro de 2009










"LOVE SUPREME", 140 X 150 cm - acrilica s/ tela
© 1974/2009 Antonio Peticov Capa do CD “1974” do APOKALYPSIS

From: pazcheco SantosDate: 8/11/2009 14:31:47
To: Ze BRasilSubject: Você tem pazciência?
Fala Zé! Cadê o material exclusivo pra gente fazer uma cobertura do 1974?
Não tenho muito tempo e a barra é pesada mas eu estou querendo divulgar o Apokalypsis ... veja o que você tem para publicar e me mande neste e-mail
Abração!

Domingo, oito de novembro de 2009, duas e meia da tarde:
Da mítica Capital Federal, desse país de sonhadores chamado Brasil, chega esse e-mail de um dos amigos virtuais mais reais que eu tenho. E me questiona sobre pazciência, a ciência da Paz, a paz do dito cujo Mário Pa(z)checo, maluco-beleza-visionário do Planalto Central, rockeiro brasileiro da gema. Curioso é que eu sempre tive essa ligação atávica com Brasília, a Nova Terra Prometida, o Novo Éden do Terceiro Milênio. Essa e outras Revelações perfazem a missão do APOKALYPSIS iniciada há trinta e cinco anos atrás, em 1974. Coisa visceral, daquelas que te obrigam, que te instigam, que te inspiram, emocionam e transtornam. Escrever o quê? Quantas vezes já me questionei quanto a essa Missão de revelar o óbvio esquecido e cada vez mais necessário para a sobrevivência da Raça Humana, obra-prima de Deus de uma semana e que pode desaparecer num átimo da Eternidade e nunca, nunca mais existir. Nossos “líderes” são máquinas registradoras do capitalismo falido: suas contas só não registram o elemento humano, a mão-de-obra, a mão-da-arte, a mão-da-vida, os Filhos de Deus. Pra quem eles fazem essas contas? Pros ETs? Pras rochas filosofarem? Enfim, tudo menos dar murro em ponta de faca, deixa eles, deixa quieto. Os que importam somos nós, os Homens Comuns, gente que tem Fé e Esperança. Primeira e, talvez, última obra fonográfica do APOKALYPSIS, sou como um tigre, uma onça pintada, marcando território com Cds cult/artesanais que surprendem a todos pela originalidade e qualidade do conteúdo. É brothers and sisters, o APOKALYPSIS existiu, sobrevive ofegante comigo, com a Silvia Helena e deixa um legado de raça e coragem. Meninos tocando como gente grande, quebrando tudo, mandando ver! Naqueles anos setenta, tempos de desafios, de guerrilha cultural, de “porrada e rock’n’roll” como escreveu meu parceiro/irmão Nico Queiroz, quem não tocava, não tocava, não subia no palco, não tinha fãs. E a maioria dos rockeiros brasileiros, além da “cara de bandido” cantada pela mutante Rita Lee, era autodidata. Então cada banda, cada “conja” como dizia meu também parceiro Arnaldo Baptista, conseguia uma sonoridade única, viajante e emocionante. É gente, muito “sex, drugs and rock’n’roll” e o “APOKA”, como era carinhosamente chamado pelos companheiros músicos e simpatizantes, quase caretão, viajava e botava todo mundo pra viajar no som, na música. Quer mais Pazchecão? Aguarde mais um pouco e ouça o cd “1974”, tá na bica!
Zé BRasil, fundador, compositor, cantor, baterista e produtor fonográfico do APOKALYPSIS.

TESOURO DA JUVENTUDE

Sabe aquele sonho esquisito que você só quer saber de acordar pra que ele termine? Pois bem, hoje 26 de outubro de 2009, eu consegui. Levantei da cama devagarinho, com o máximo cuidado, para não acordar minha companheira, a rock singer Silvia Helena. Liguei o computador e fui até a cozinha preparar um chá de boldo (!). O sabiá está cantando, em meio ao som dos veículos automotores que trafegam sem parar pela rua Sena Madureira, na Vila Clementino (Mariana?) em São Paulo, no Brasil. Quando o Windows carregou atualizei o anti-vírus e abri o som do 1974, a música do Apokalypsis, no Media Player. “Livre, livre, livre...” estou cantando há quase 35 anos atrás, no Teatro Aquarius e os quatro rapazes da banda, os fundadores, Tuca, Prandini, Edu Parada e Zé BRasil, tocam como gente grande. O dia está nascendo, “livre como o Sol” e este “Homo Sapiens”, comum como a esmagadora maioria dos seis bilhões de seres humanos, chora um pouco, com Esperança, por um “Amanhã” melhor para as futuras gerações. Enfim, hoje completam-se 35 anos da primeira apresentação, que eu chamava aparição, desse conjunto de rock afro-brasileiro, desse sonho da minha juventude. Foi na Geodésica do Parque do Ibirapuera. Era um estrutura esférica de madeira, projetada pelo arquiteto Sérgio Prado, que ficava no bosque ao lado do riacho que deságua no lago que margeia o monumento das Bandeiras do escultor Victor Brecheret. Chovia muito mas isso não impediu que milhares de pessoas e algumas dezenas de rock’n’rollers perpetrassem um feito incrível. Foi um show memorável, regado a fuminhos e irish coffee. Quem promoveu foi o hoje amazônico Magnólio, visionário missionário que já tinha criado a “Tenda do Calvário”, mas isso é “uma outra história que fica para uma outra vez”. Vou pesquisar na escrivaninha do meu avô materno mineiro Américo Alves para ver se encontro o cartaz do “Concerto ao Ar Livre”, nome que o Mag, como nós o chamávamos, deu para aquela piração toda (hehehe...). Achei! Saca só o line-up: Terço, Pedrinho & Pedrão (Som Nosso de Cada Dia), Ursa Maior, Apokalypsis, Metamorphosis, Anel, Terreno Baldio, Jazco e Casa das Máquinas. É mole? “Solte as crianças no parque” dizia o cartaz e essa criança aqui, de 59 anos, vai mais tarde, depois da 10 horas por causa do rodízio de veículos para tentar amenizar o trânsito paulistano, andar, correr, fazer exercícios, cantar e tocar no solo sagrado do Teatro Geodésico do Parque do Ibirapuera.